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Estão abertas as inscrições: propostas de comunicação para o Grupo de Trabalho 10: CATOLICISMO, ECUMENISMO E DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO

27 janeiro 2022

Estão abertas as inscrições: propostas de comunicação para o Grupo de Trabalho 10: CATOLICISMO, ECUMENISMO E DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO, no âmbito do II Simpósio Internacional de Estudos do Catolicismo.

  • Prof. Doutor Jorge Botelho Moniz
  • Prof. Doutor José Brissos-Lino
    (Universidade Lusófona)
  • Prof. Doutor Paulo Mendes Pinto
    (Grupo Lusófona Brasil)

Resumo

Acreditava-se que o Concílio Vaticano II teria sido uma revolução, pelo menos no domínio das mentalidades. Acreditava-se que seria um virar de página na postura da Igreja Católica face a um mundo em profunda transformação, ferido por duas guerras mundiais que deixaram a população europeia mais descrente e dececionada com as instituições religiosas.

Considerava-se necessária uma mudança substantiva no diálogo ecuménico e, para tal, João XXIII procurou modernizar a Igreja e atrair fiéis afastados. Passaram quase sessenta anos e muito desse otimismo ficou pelo caminho, pois, apesar dos importantes documentos gerados no Concílio, o catolicismo continuou a sofrer de clericalismo e foi perdendo influência na sociedade durante a segunda metade do século vinte.

Além disso, os Estados (sobretudo europeus) foram-se laicizando e, consequentemente, no diálogo com o catolicismo, colocaram a tónica na liberdade religiosa. Com o Concílio Vaticano II, nomeadamente com a Declaração Dignitatis Humanae (1965), o princípio da liberdade religiosa surge amadurecido dentro do catolicismo, adequando-se ao direito civil e garantindo que os cidadãos, individual ou coletivamente, possam viver e manifestar livremente a dimensão religiosa inerente ao ser humano. Desde os Papas Paulo VI a João Paulo II, Bento XVI a Francisco que a Igreja coloca este tema, como manifestação mais profunda da liberdade de consciência, em grande consideração, levantando questões antropológicas, políticas e teológicas que se afiguram incontornáveis para o bem comum e a paz mundial.

Todavia, atualmente, não obstante o reforço do direito civil e a promoção e afirmação deste princípio, as novas ameaças à liberdade religiosa acumulam-se e assumem dimensões globais, colocando em risco valores morais.

Neste contexto, a Igreja é interpelada a revisitar a sua visão sobre liberdade religiosa e a agir com base nos seus princípios adjacentes – diálogo inter-religioso e ecumenismo. De facto, a par de uma afirmação pública, de grande significado político, da necessidade do diálogo inter-religioso, como no caso do encontro entre o Papa Francisco e o Grão Imame Al-Tayyeb e da “Declaração de Abu Dhabi”, bem como da encíclica Fratelli Tutti, a Igreja Católica mantém uma ação ecuménica que visa a união das Igrejas Cristãs.

A par desta valorização do diálogo com outras religiões, no espaço do cristianismo, a competição revela-se viva, seja no campo de uma Europa pós-cristã, seja no de uma América, África ou Ásia onde as Igrejas Evangélicas revelam uma maior eficácia no crescimento e na fidelização de membros. Nesta equação, considerando a necessidade de a Igreja Católica se afirmar como caixa de ressonância dos valores humanistas e até iluministas de fraternidade, emerge uma questão: – qual a atualidade e pertinência do Concílio Vaticano II para a articulação da sua mensagem cultural de integração com uma teologia de salvação?

É sobre estas questões e os seus elementos constituintes – catolicismo, liberdade religiosa, ecumenismo e diálogo inter-religioso – que o nosso GT se vai debruçar. Assim sendo, este GT está aberto a todas as propostas que, tendo como pano de fundo os objetivos do Simpósio, consigam colocar em diálogo estas dimensões do catolicismo com o impacto, relevância e atualidade do Concílio Vaticano II.

Palavras-chave: catolicismo; liberdade religiosa; ecumenismo; diálogo inter-religioso; Concílio Vaticano II.

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