Atualmente o fenómeno místico é objeto de múltiplas abordagens que interessam não só à teologia e à ciência das religiões, como à psicologia, à psicopatologia e até mesmo à psicofísica, com o objetivo de estudar “cientificamente” os fenómenos místicos (levitação, estigmatização, êxtase) que são considerados extraordinários, até serem considerados como provas de santidade ou de união inédita com Deus.
Com origem no termo grego “ocultar”, a mística cristã tem três dimensões: a bíblica, refere-se a interpretações ocultas ou alegóricas das Escrituras; a litúrgica, refere-se à presença de Cristo na Eucaristia; e, a espiritual, o conhecimento contemplativo, ensinando verdades espirituais inacessíveis apenas por meio do intelecto.
Conhecer a mística cristã, na história do cristianismo, na reflexão teológica e espiritual, na centralidade da Pessoa e do mistério de Cristo, na exegese bíblica, na cultura, na linguagem e na simbólica, e, sobretudo no peso que a mística teve na perceção da união do homem com Deus e dos fenómenos identificadores da presença do Espírito Santo na história da Igreja;
– Conhecer a teologia ascética, mística e espiritual cristã;
– Conhecer os místicos e os desafios que lançaram ao cristianismo;
– Interpretar os fenómenos místicos.
Data de Início Prevista: 03/02/2022
Data de Fim Prevista: 30/06/2022
Data Limite de Candidatura: 03/02/2022
Horário Previsto: 19:00 às 21:00
Programa do curso:
1. Mística e Misticismo
2. História da Mística
3. Sustentação Teológica, Bíblica e Padres da Igreja
4. Ascese e Mística
5. Mística Cristã
– Práxis: Eros e Ágape
– Desejo de Deus e do Amor
– Mística e Afetividade
– Corpo Espiritual
– Caminho da Conversão
– Lectio Divina e Meditação
6. Experiência Mística Cristã: identidade e estrutura
7. Elementos constitutivos do misticismo cristão: a experiência mística, passividade e conhecimento contemplativo
8. Tipos de experiência mística cristã: essência mística; misticismo nupcial; misticismo de ausência.
9. Dons e Fenómenos Místicos
10. Estudos filosóficos da mística
11. Mística e Poesia
12. Figuras Místicas no Cristianismo Antigo, mensagem e impacto na cultura e teologia cristãs
13. Figuras Místicas na Idade Média, mensagem e impacto na cultura e teologia cristãs
14. Figuras Místicas na Época Moderna, mensagem e impacto na cultura e teologia cristãs
15. Figuras Místicas na Época Contemporânea, mensagem e impacto na cultura e teologia cristãs
16. Místicos Portugueses
Objetivo: compreender as bases da civilização ocidental que se construiu essencialmente sobre os pilares do mundo greco-romano, do profetismo hebraico e do cristianismo, com as contribuições da cultura islâmica, os condicionamentos geopolíticos e as relações diplomáticas globais.
Início das aulas síncronas dia 8 de abril.
Duração total: 10 meses.
“Matar os nossos deuses” – a propósito do Dia Mundial da Religião
Vítor Rafael | 14 JAN
Celebra-se neste terceiro domingo de janeiro o Dia Mundial da Religião, que promove a ideia da compreensão e a paz entre todas as religiões. Através de uma série de eventos realizados em todo o mundo, os seguidores de todas as religiões são incentivados a conhecer e a aprender mais acerca das outras religiões e respetiva fé. Reconhecendo-se que, durante séculos, as diferentes religiões e credos lutaram muitas vezes entre si, ignorando muitos dos seus valores comuns, torna-se, pois, necessário que se trabalhe em prol de um entendimento pacífico entre todos.
De facto, as religiões sempre foram foco de discórdia e conflito, promovendo por vezes o uso da violência em nome de Deus. No caso particular do cristianismo, estando atualmente dividido em três grandes grupos – católico, ortodoxo e protestante – com um sem número de diferentes denominações independentes com as suas referenciadas culturas, ritos e credos, sempre existiram focos potencias de discórdia e conflito. Mas será o sagrado violento por natureza? Será que o Deus das três religiões abraâmicas é deveras violento? Como interpretamos hoje a violência tantas vezes contida nos textos sagrados?
Sendo verdade que a religião tem sido muitas vezes instrumentalizada pelo poder político para fins violentos, o fenómeno da violência no religioso é também ele associado aos fundamentalismos, decorrente de leituras literais e legalistas dos textos sagrados. A imagética que se tem acerca de Deus, principalmente essa negativa e destrutiva, sempre tem acompanhado todo o processo de compreensão do transcendente. Seria necessário, como apontou o teólogo José Maria Mardones, “matar os nossos deuses”, de maneira que se possa aceder à verdadeira imagem de Deus, que para os cristãos é plenamente revelada através de Jesus. Perante a ideia de um deus irado e vingativo apresentado pelos seus conterrâneos, Jesus contrapõe um Deus de paz, amoroso e pleno de misericórdia para com todos.
Neste terceiro milénio, num mundo cada vez mais globalizante, impõem-se agora novos desafios às igrejas, onde o discurso religioso terá de se adequar à mentalidade pós-moderna, repensando muitas das suas metanarrativas e discursos dogmáticos, os quais estão muitas vezes na génese de movimentos fundamentalistas ultraconservadores.
Relembra-se o discurso proferido pelo antigo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon na abertura da Semana Mundial da Harmonia Inter-religiosa, em fevereiro de 2013: “Para milhares de milhões de pessoas em todo o mundo, a fé é um alicerce essencial da vida. Ela proporciona força em tempos de dificuldade e um importante sentido de comunidade. A grande maioria das pessoas de fé vive em harmonia com os seus vizinhos, qualquer que seja o seu credo, mas cada religião também abriga uma estridente minoria preparada para afirmar doutrinas fundamentalistas através do fanatismo e violência extrema. Estes actos são uma afronta à herança e aos ensinamentos de todas as grandes religiões. Eles também violam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma o direito de todos à liberdade de pensamento, consciência e religião. É imperativo que a maioria moderada se habilite de forma a permanecer firme contra as forças do extremismo. Mas, isto só pode ser alcançado através de uma forte liderança.”
Para tal, torna-se assim, mais do que nunca, necessário persistir na importância do diálogo interconfessional entre todas as religiões como ação profilática contra a violência. Relembrando uma das grandes teses do teólogo Hans Küng: “Não há paz entre as nações sem paz entre as religiões. Não há paz entre as religiões sem diálogo entre as religiões. Nenhum diálogo entre as religiões sem investigação da fundação das religiões.” (O Cristianismo. Essência e História, Círculo de Leitores, 2002)
Dos vários modelos propostos para o diálogo inter-religioso, não poderíamos deixar de destacar o do próprio Jesus. Sendo ele próprio um judeu, cuja religião sublinhava a eleição exclusiva dos judeus como povo de Deus, não deixa de ser marcante que, durante o seu ministério, tenha estabelecido encontros com uma mulher fenícia e com uma samaritana. Uma das suas mais célebres parábolas, a parábola do Bom Samaritano e até a referência que Jesus fez acerca da fé de um oficial romano deixam, desde logo, exemplos notáveis da sua abertura aos pagãos.
O anúncio do Reino de Deus por Jesus, cujo manifesto não é tanto um conjunto de crenças ou dogmas – algo que por vezes promove barreiras, cismas – mas o paradigma da sua própria vida, a proclamação das boas novas em favor dos pobres e oprimidos (Evangelho de Lucas 4:16-19), abre as pontes para o diálogo, a paz e concórdia entre as religiões. Afinal a compaixão, umas das características mais marcantes da pessoa de Jesus e objeto da Sua mensagem, poderá ser, assim, um grande polo de união entre as diferentes religiões na luta contra a pobreza, o analfabetismo, o trabalho infantil, o assédio às mulheres, o terrorismo, a destruição do meio ambiente e a exploração dos marginalizados, incluindo os emigrantes.
Vítor Rafael é investigador do Instituto de Cristianismo Contemporâneo, da Universidade Lusófona
O Prof. Pedro Pereira, investigador do Instituto de Cristianismo Contemporâneo/CICMER acabou de publicar a obra “Em busca da saúde: O culto da Senhora da Saúde numa perspectiva antropológica” (ed. HUMUS, Porto, ISBN: 9789897556807).
Trata-se dum trabalho centrado no culto da Senhora da Saúde.
SINOPSE: Considerando o elevado prestígio de que se reveste o saber biomédico na atualidade, no presente livro procura-se compreender as motivações que levam as pessoas a recorrer à Senhora da Saúde para lidar com a doença, com o sofrimento
e para promover a sua saúde.
A interligação entre saúde e religião presente neste culto sugere a necessidade da realização de uma genealogia das conceções de saúde, de doença e das estratégias de cura, ao longo da história do cristianismo e do período precedente.
Tendo como alicerces a antropologia da religião e da saúde, o culto em causa é situado no universo de devoção mariana, descrevendo o seu nascimento, o seu desenvolvimento e a sua difusão.
Articulando o espaço com o movimento, são analisados os lugares de culto da Senhora da Saúde e descritos os movimentos de crentes e de imagens.
No contexto do Seminário Permanente de Estudos Islâmicos (Universidade Lusófona)
RESUMO
No século X assistimos na Península Ibérica à construção de uma complexa sociedade de corte, reflectida especialmente na edificação da cidade palatina de Madinat al-Zahra, em Córdova, capital do Califato Omíada do al-Andalus. Quer os relatos presentes nas fontes escritas, quer os testemunhos arqueológicos e de cultura material transmitem-nos uma abundante linguagem ritual e burocrática, apenas existente em sociedades de corte desenvolvidas. Contudo, o modelo de sociedade de corte ocidental, especialmente aquele reflectido pela corte de Versalhes de Luís XIV, continua a ser um paradigma, identificado comummente como o modelo original do que deve ser uma verdadeira corte. Esta sessão tem como objectivo reflectir sobre os conceitos e dinâmicas dos modelos de sociedade de corte islâmica, tentando desta forma desmontar o papel que o imaginário normativo ocidental, frequentemente orientalista, continua a ter a este respeito.
A ORADORA
Elsa Cardoso é Research Fellow do RomanIslam – Center for Comparative Empire and Trancultural Studies (Universität Hamburg) em Estudos Árabes e Islâmicos, desenvolvendo a sua investigação em história do al-Andalus, especialmente dedicada à corte e cerimonial dos omíadas de Córdoba, adoptando uma perspectiva comparada com os omíadas de Damasco, abássidas e fatímidas, bem como o Império Bizantino e o Reino Visigodo, herdado pelos omíadas no al-Andalus. Embora os estudos de corte sejam um campo estabelecido para a cronologia europeia moderna, as cortes islâmicas carecem de uma investigação consistente. Nesse sentido, a sua tese de doutoramento (Universidade de Lisboa, 2020), intitulada “The door of the caliph: from the conceptualization to the articulation of ceremonial”, em cuja publicação está actualmente a trabalhar, considera a conceptualização da corte omíada do Al-Andalus, o palácio, o califa e a sua sociedade. Publicou diversos artigos e capítulos em revistas como Medieval Encounters e volumes como Byzantium in Dialogue with the Mediterranean (Brill), promovendo perspectivas comparativas no âmbito mediterrânico. Da mesma forma, tem participado em eventos científicos internacionais, como o International Medieval Congress of Leeds ou o Seminar Les Califats de l’Occident Islamique (Casa de Velázquez, CSIC). Leccionou nas licenciaturas de História e Estudos Asiáticos da Universidade de Lisboa, coordenou um curso de pós-graduação em história do al-Andalus na Universidade de Hamburgo e organizou o workshop internacional The Umayyads-From West to East: New Perspectives, no RomanIslam Centre, Universidade de Hamburgo.
A TEOLOGIA DE JESUS: Tudo o que o Mestre falou
Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas, 2021Autor: José Brissos-Lino
Prefácio de Viriato Soromenho Marques
O livro agora publicado, da autoria do Prof. José Brissos-Lino, é extremamente inovador e constitui um excelente contributo científico que todos os estudantes de Teologia e Ciência das Religiões ganhariam em ler. O objecto da investigação a que o autor se propôs era simples: realizar o levantamento exaustivo de todo o discurso directo de Jesus Cristo, o fundador do cristianismo, plasmado nos quatro Evangelhos canónicos, e depois organizá-lo tematicamente, de modo a que nos pudéssemos aperceber, quer das grandes ênfases do seu pensamento, quer das matérias menos relevantes ou mesmo ausentes do seu discurso.
Procurou-se que este livro surgisse o menos enviesado possível, do ponto de vista doutrinário e confessional, permitindo assim leituras diversas por parte dos diferentes ramos religiosos que se inserem na fé cristã, ou dela se reclamam. Para tal o autor optou por se apoiar o mais possível nos próprios textos bíblicos e menos na produção teórica dos teólogos, esperando que o resultado seja útil para o fim em vista.
Numa recensão crítica à obra, Vítor Rafael diz: “Ao longo dos oitos capítulos que compõem o livro, e com base em inquérito efetuado aos discursos e às “frases soltas” de Jesus constantes nos quatro Evangelhos, o autor analisa magistralmente a doutrina, a ética e a espiritualidade de Jesus. No capítulo sétimo, em jeito de sumário, discorre
acerca dos equilíbrios necessários em matéria doutrinária contra certos exageros hermenêuticos praticados por muitas das instituições religiosas na atualidade (…). Esta obra, com um título bem ousado e original, pretende marcar certamente um novo marco nas linhas de investigação em torno do pensamento teológico de Jesus.”
O Prof. Viriato Soromenho Marques, que escreve o Prefácio, refere-se deste modo à obra do autor: “É nesta paisagem conturbada que merece saudação a obra de José Brissos-Lino que estas palavras prefaciam. O seu breve ensaio, rico de clareza, rigor e substantivo conteúdo, é um importante contributo para o retorno às raízes da mundividência cristã, através do discurso directo de Cristo, tal como é exposto no texto dos quatro Evangelhos. Este exercício ultrapassa, amplamente, o plano de um estudo académico no domínio das ciências da Religião, que também sabe ser (…).
Muito mais do que um assunto confessional, neste livro procura-se contrariar, no seu tempo e modo próprios, a erosão do sistema imunitário cultural da nossa sociedade, exposto aos crescentes e mais ousados avanços da barbárie, sob todas as suas modalidades. Também por isso, o que este livro oferece aos seus leitores pode bem ser
classificado como um generoso serviço público.”
De 20 de novembro a 15 de dezembro, estão abertas as candidaturas para participar na próxima edição do projeto curatorial «O Poder da Palavra», sob o tema «Sabedoria Divina: o Caminho dos Sufis».
O projeto O Poder da Palavra inclui uma série de intervenções curatoriais participativas na Galeria do Oriente Islâmico do Museu Calouste Gulbenkian. Iniciado em 2018, as suas várias edições têm explorado temas tão diversos como o lugar das mulheres na arte islâmica, a peregrinação ou as narrativas universais interpretadas em contextos culturais diversos.
A quarta intervenção desta série intitula-se Sabedoria Divina: o Caminho dos Sufis. No Sufismo, a mística islâmica, a experiência estética tem um caminho muito próprio: arte e poesia são duas manifestações da beleza e da majestade de Allah.
Sabedoria Divina: o Caminho dos Sufis propõe investigar os objetos da coleção do Museu Calouste Gulbenkian que se relacionam com o Sufismo, e, em cada um, procurar a harmonia, a unidade e a sensibilidade que mostram o caminho para o maravilhamento, a inspiração e a pacificação.
Enquanto projeto curatorial participativo, procura criar um espaço de encontro, partilha e reflexão em torno dos objetos da coleção e da poesia sufi. Em conjunto, participantes, curadores e mediadores refletem sobre as manifestações sufis na arte e encontram poemas que revelam ou dialogam com as mensagens veiculadas pelo Sufismo.
O projeto destina-se tanto a pessoas com curiosidade sobre o Sufismo, como às que já se relacionam com este. A participação contempla três sessões de trabalho (uma online e duas presenciais) e uma pesquisa individual de poesia. As línguas de comunicação preferenciais são o português e o inglês. Todas as línguas maternas são bem-vindas!
O cocurador convidado desta edição é Fabrizio Boscaglia, professor universitário e investigador na Área de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona.
Como funcionará o projeto?
A partir desta chamada aberta, são selecionados 12 participantes para integrar um grupo de trabalho com os curadores e mediadores. As pessoas interessadas deverão candidatar-se até ao dia 15 de dezembro.
O formulário de candidatura estará disponível nesta página a partir de 20 de novembro.
A resposta será enviada até ao dia 15 de janeiro de 2022. A seleção dos candidatos irá obedecer aos seguintes critérios:
Motivação pessoal e/ou profissional em fazer parte do projeto;
Diversidade de perfis, permitindo o encontro entre quem já conhece o Sufismo e aqueles para quem este é uma novidade;
Diversidade de línguas, origens culturais e interesses; dada a natureza da coleção, um elemento de preferência é o conhecimento ou o estudo de uma língua do Médio Oriente, sendo que os idiomas de comunicação preferenciais serão o português e/ou o inglês.
O que é esperado dos participantes?
Cada participante será convidado a refletir e a contribuir de forma criativa para a exposição final. O grupo de trabalho encontra-se na primeira sessão online (em janeiro) e em duas sessões presenciais (em fevereiro). A partir de um conjunto de obras apresentado pelos curadores, o grupo seleciona poemas que possam integrar a exposição, a página do site, entre outros meios de comunicação. O trabalho de recolha e seleção dos poemas é feito individualmente, entre as sessões presenciais. Estimamos que a participação total no projeto irá requerer cerca de 16 horas (8 horas de trabalho de grupo e 8 horas de trabalho individual).
O Museu Gulbenkian dedica uma exposição ao Sufismo (mística islâmica), cujo co-curador convidado é o nosso professor Fabrizio Boscaglia, coordenador da Linha de Investigação Herança e Espiritualidade Islâmica na Área de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona.
O título da exposição, a arrancar em 2022, é Sabedoria Divina: o Caminho dos Sufis.
Trata-se de um projeto inovador, no contexto do programa «O poder da palavra», sob a coordenação da curadora Jessica Hallet, e com a participação do público em oficinas online e presenciais.
Iniciado há cerca de dois anos e sempre acreditando que seria possível haver um diálogo saudável entre católicos e de outras confissões cristãs, designadamente protestantes e evangélicas, criou-se um espaço à reflexão teológica e ao diálogo ecuménico / interconfessional. Neste grupo de partilha e discussão para os amantes de Teologia e que deverá ser único aqui em Portugal, pretende-se que seja um espaço de livre pensamento, tendo-se como pressuposto o respeito mútuo entre todos os intervenientes e maturidade para a discussão de todos os temas publicados. Neste momento ultrapassámos já os 350 membros, sendo a grande maioria católica, muitos deles padres jesuítas, inclusive redentoristas e franciscanos. Temos igualmente pastores protestantes e evangélicos que assumem igualmente um discurso de tolerância e ecuménico. Fazem igualmente parte das políticas deste grupo, a interdição a qualquer discurso apologético, o recurso a qualquer tipo de linguagem que seja ofensiva e que não respeite as ideias maduramente as ideias de cada membro.
Convidamos professores, alunos do Curso de Ciência das Religiões ou similares, bem como a todos os interessados a visitar o grupo no link disponibilizado em baixo.
Seminário Permanente de Estudos Islâmicos da Universidade Lusófona
RESUMO
Esta comunicação, com o título “Michel Foucault: política, espiritualidade e sufismo”, tem como objecto de estudo o conceito de ‘espiritualidade política’ de Michel Foucault. No âmbito da obra do autor, este conceito surge, e é sobretudo discutido, a propósito de duas visitas que o autor fez ao Irão, em 1978, durante a Revolução Iraniana, a pedido do jornal italiano Corriere della Sera. Por essa razão, para melhor se entender a espiritualidade política foucaultiana, neste texto, estudaremos o conceito com a ajuda do caso iraniano e das suas profundas e ancestrais raízes no Sufismo. Por outro lado, definiremos os conceitos foucaultianos de espiritualidade e de política com a ajuda de três outras noções: êxtase, uso e cuidado.
A ORADORA
Teresa Xavier Fernandes é licenciada em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa. Fez o mestrado em política comparada, no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, com uma dissertação intitulada “Fábrica de Braço de Prata, um caso de democracia participativa?”. A seguir rumou a Inglaterra onde se doutorou na Universidade de Loughborough, em Teoria Política, com uma tese sobre o pós-anarquismo, com o título: “The Postanarchist, an activist in a ‘heterotopia’: building an ideal type”. Pertence ao Anarchist Research Group, da Universidade de Loughborough, e a sua área de investigação é a filosofia continental contemporânea. Paralelamente é jornalista, mantendo uma colaboração com a Radio France Internationale desde 2008. É também mãe de 4 filhos.
Diálogo islamo-cristão avança, também graças às atividades do nosso professor Fabrizio Boscaglia, coordenador da Linha de Investigação Herança e Espiritualidade Islâmica na Área de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona.
Eis o relato de uma recente atividade dele, decorrida na Semana de Estudos Mestre, quem é o meu próximo?, Na Fundação João XXIII – Casa do Oeste (Patriarcado de Lisboa), em Ribamar (Lourinhã)
«Uma manhã rica de conhecimento conduzida pelo prof. Fabrizio Boscaglia da Universidade Lusófona. Uma lição sobre o Islão, da qual retiramos que afinal são mais as coisas que nos aproximam do que as que nos afastam; que a espiritualidade se pode buscar e trabalhar a partir de qualquer ponto ou crença; Deus é Amor; fonte inesgotável de compaixão por todas as suas criaturas.»
O Grupo Lusófona é o maior grupo educacional de língua portuguesa, proporcionando aos seus alunos experiência e qualidade de ensino.
Em todos os nossos campus, contamos com toda a infraestrutura necessária para a formação dos alunos, como laboratórios modernos, cozinha, bibliotecas, e espaços ao ar livre.
Conheça o nosso novo reitor, Profº Paulo Mendes Pinto, e confira o que ele tem a dizer sobre a nossa faculdade!
CURSO: A RELIGIÃO NA CONTEMPORANEIDADE: FOBIAS, MEDOS E TENSÕES
SÁBADOS, 15H
PRESENCIAL E ON-LINE NO FACEBOOK
DAS BIBLIOTECAS MUNICIPAIS DE OEIRAS
6 DE NOV, SÁB, 15H – A GÉNESE DO MEDO, POR MIGUEL REAL 13 DE NOV, SÁB, 15H – DEMÓNIOS E COMPANHIA: PROPAGANDA E MITIFICAÇÃO DOS JESUÍTAS
COMO FENÓMENO GLOBAL NA ÉPOCA MODERNA, POR JOSÉ EDUARDO FRANCO 20 DE NOV, SÁB, 15H – O MITO NEGRO DA MAÇONARIA, POR FERNANDO MARQUES DA COSTA 27 DE NOV, SÁB, 15H – AS FERRAMENTAS DA ISLAMOFOBIA, POR FABRIZIO BOSCAGLIA
NOTA: AS SESSÕES DE 6, 13 E 20 DE NOVEMBRO TERÃO LUGAR NO AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE OEIRAS; A SESSÃO DE 27 DE NOVEMBRO REALIZAR-SE-Á NA LIVRARIA-GALERIA MUNICIPAL VERNEY.
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:
GALERIA.VERNEY@OEIRAS.PT; 21 440 83 29
BIBLIOTECA MUNICIPAL DE OEIRAS
AV. DR. FRANCISCO DE SÁ CARNEIRO 17
2780-241 OEIRAS
LIVRARIA-GALERIA MUNICIPAL VERNEY
RUA CÂNDIDO DOS REIS, No90/90A
2780-211 OEIRAS
Colóquio de homenagem a al-Mu’tamid e Adalberto Alves
Biblioteca Nacional de Portugal (21 out. ’21, das 11h às 19h)
Colóquio que pretende debater alguns tópicos e figuras inerentes aos cruzamentos, encontros e diálogos entre culturas árabe, islâmica e portuguesa, a partir e para além do legado literário, filosófico e espiritual do Gharb al-Andalus, o ocidente peninsular durante o período islâmico medieval da Península Ibérica.
No auditório da Biblioteca Nacional de Portugal, um conjunto de especialistas, investigadores, tradutores e escritores reúnem-se para apresentar comunicações sobre poesia árabe, filosofia e mística islâmica do Gharb al-Andalus, assim como sobre influências, representações e apropriações do próprio Gharb al-Andalus e do Islão na cultura portuguesa.
11h30 | Adel Sidarus | Sufismo algarvio e política peninsular em meados do século XII
12h00 | António Rei | Os Sufis no Gharb al-Andalus entre os séculos X e XIII
12h30 | Debate
13h00 | Pausa para almoço
15h00 | Fabrizio Boscaglia | Notas sobre o Islão no pensamento português contemporâneo
15h30 | Maria Azenha | Adalberto Alves: vertigem e altitude
16h00 | Debate
16h30 | Natália Nunes | Ibn Bassām al-Šantarīnī e a sua antologia al-Ḏajīra: uma das fontes árabes da literatura do Gharb al-Andalus
17h00 | Maria João Cantinho | Al-Muʿtamid e Ibn ʿAmmār: uma relação conturbada
17h30 | Hugo Maia | Al-Muʿtamid e As mil e uma noites
18h00 | Debate
18h3 | Adalberto Alves – Palavras de encerramento
COMISSÃO CIENTÍFICA
Fabrizio Boscaglia, Maria João Cantinho, Hugo Maia
ORGRANIZAÇÃO
Linha de Investigação Herança e Espiritualidade Islâmica, Área de Ciência das Religiões da
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Seminário Permanente de Estudos Islâmicos)
PARCERIAS E APOIOS
Biblioteca Nacional de Portugal, Fundação Islâmica de Palmela, MIAS-Latina, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa
CONTACTO
fabrizio.boscaglia@ulusofona.pt
LINKS
Biblioteca Nacional de Portugal: http://www.bnportugal.gov.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=1631%3Acoloquio-cultura-luso-arabe-e-luso-islamica-21-out-21-11h00&catid=172%3A2021&Itemid=1631&lang=pt
Seminário Permanente de Estudos Islâmicos: https://cienciadasreligioes.ulusofona.pt/noticias/8742/
Inês Borges (Mestre em Ciência das Religiões) ganha segundo prémio concurso do Projeto Jovem do Congresso Internacional de Turismo Religioso e Sustentável.
O Júri valorizou especialmente a relevância e actualidade do tema, a originalidade, qualidade e criatividade, e as contribuições para atingir os objectivos de 2030 dos ODS.