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Notícias

Patriarca de Lisboa em entrevista

28 junho 2016

Patriarca de Lisboa em entrevista com Joaquim Franco.

A poucos dias de ser feito cardeal, D. Manuel Clemente, deu uma entrevista a Joaquim Franco, jornalista da SIC, e investigador da Área de Ciência das Religiões da Universidade Lusófona, em que fala dos mais variados temas, desde o Islão, à Grécia, a situação política do país, do eventual acesso dos divorciados à comunhão depois de voltarem a casar e também da adoção por casais homossexuais.

O patriarca de Lisboa afirma ter dificuldade em acreditar que o filho de um casal casal homossexual apreenda o valor da complementaridade entre sexos.

  • Defende que mulheres assumam presidência de dicastérios (ministérios) na Cúria romana, mas entende que o sacerdócio é para os homens: "igualdade não quer dizer indistinção" e não aceitaria facilmente concelebrar com uma mulher no altar porque "não é indistinto que Cristo se tenha apresentado masculinamente"
  • "Em relação às coisas romanas devo confessar a minha grande ignorância"
  • "Cúria romana juntou muita coisa ao longo dos séculos que é dispensável"
  • "Família enfrenta imensos desafios, e de raiz..."
  • "A misericórdia não exclui a responsabilidade", por isso D. Manuel Clemente só admite comunhão de divorciados recasados caso seja anulado primeiro matrimónio: "se o matrimónio não é nulo, é válido, e se é válido, continua"
  • "Tenho dificuldade em acreditar" que o filho de um casal homossexual "apreenda tão facilmente como outra criança que a complementaridade de sexos é importante para a realização de uma humanidade total"
  • Acontecimentos de Paris: "Não estou sozinho no mundo, liberdade de expressão não pode prescindir da responsabilidade. Se tenho de entrar em diálogo com um grupo, a melhor maneira é ridicularizá-lo?"
  • "Também sou herdeiro dos iluministas do século XVIII, mas [aceitar a blasfémia como expressão de liberdade] foi uma longa história..."
  • "Na minha perspectiva, a violência é o contrário da religião"
  • "Tenho aprendido muito no diálogo com líderes de outras religiões"
  • Islamofobia crescente na Europa: "é muito perigoso porque começamos a ver fantasmas"
  • "É preciso que lideranças locais islâmicas se ouçam mais" [na denúncia do fundamentalismo terrorista]
  • "Oxalá [ascensão do Syriza] ajude a salvar o projeto europeu", mas "se não houvesse desespero entre a população não teria sido assim, preferia que não tivesse acontecido"
  • "Quem deve terá de pagar, mas para pagar tem de ter alguma coisa" e isso implica "investimento e desenvolvimento"
  • Valeu a pena o discurso mais moderado dos bispos portugueses neste período de austeridade? "Não sabemos exatamente o «como» [sair da crise], porque isso entra no mundo técnico-financeiro que nos ultrapassa e não nos podemos substituir a uma competência que não é nossa"
  • CEP vai pronunciar-se sobre eleições: "política é realidade indispensável (...), objetivos comuns podem ser abordados em pluralismo democrático (...) e ninguém deve deixar de votar lendo os programas partidários (...), discutindo, conversando, participando..."