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Único caminho capaz de acabar com a Pobreza
28 junho 2016

"Por uma revolução interior de cada um, de todas as organizações e poderes". É assim que começa o texto do Prof. Henrique Pinto, que aqui apresentamos na íntegra, e que resume a entrevista que deu recentemente na TVI24 para defender.
- Que não é possível erradicar a pobreza sem que cada um se dispa dos seus excessos, num corajoso abraço a uma revolução interior
- Sem que cada um viva a felicidade do suficiente; depois, não são as coisas que nos fazem felizes, mas a qualidade das nossas relações
- Sem que nos libertemos da solidariedade burguesa da esmola, a dos bancos alimentares, a da moeda, a dos sacos de comida e tantas sobras
- Sem que os excessos se tornem disponíveis para fomentar a formação e a criação de postos de trabalho
- Sem que formação não eduque para a Dignidade de Todas as Coisas, significando a dignidade o total respeito por si, a autenticidade e a responsabilidade ética e moral
- Sem que o direito a não ser pobre não compreenda antes de mais o dever de não ser pobre
- Sem que cada um, no respeito por si, procure fazer da sua vida uma vida bem-sucedida (que não é a mesma coisa que dizer uma vida de sucesso)
- Sem que quem vive e decida viver a felicidade dos excessos não seja severamente taxado pelo Estado, e estes impostos sirvam não os subsídios, mas a educação e o trabalho
- Sem que as organizações da sociedade civil deixem de ter dinheiros parados e investidos em capitalizações, acções
- Sem que quem governa consiga mínimos de bem-estar ou de bem comum para TODOS
- Sem que um dia a pobreza se criminalize como mãe de todos os males e violadora de deveres e direitos fundamentais.
E disse mais, com total optimismo que:
- Não acredito na grande maioria das organizações de hoje, oriundas de uma economia burguesa, neoliberal, e por isso também elas burguesas, neoliberais.
- Não acredito nas organizações que dizem querer o fim da pobreza, mas não se despem dos seus excessos
- Não acredito nas estratégias nacionais de combate à pobreza, quando servem sobretudo para distribuir dinheiros pelas organizações e fomentar a subsidiodependência
E disse ainda, que o que o atual Papa Francisco diz não é mais que o que milhares de vozes no terreno dizem e fazem há já muito tempo, no quadro apenas desta nossa e minha geração, sem no entanto, e infelizmente, encontrarem, nos líderes de organizações, líderes religiosos, políticos e em tantos outros, a coragem de serem seus reais e verdadeiros porta-vozes.
Por isso, hoje há que ouvir menos quem está no poder e ouvir mais as nossas avós e as crianças, quem no terreno luta por uma Justiça para TODOS.
Ali sim devem estar os jornais, as rádios, as televisões, os media, as redes sociais...
Henrique Pinto